O apresentador e analista político da CNN Brasil William Waak foi mais um dos profissionais da grande mídia a criticar erros graves nas formulações das questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), aplicado em todo o país neste domingo, 5.
Os professores responsáveis pela elaboração de uma das questões cometeram duas falhas graves, segundo o âncora, durante o programa WW, da emissora, na noite desta segunda-feira, 6.
Os formuladores da prova conseguiram negar a ciência e ofender uma parcela significativa dos acadêmicos, técnicos, professores e pesquisadores que contribuíram para “as notáveis histórias de sucesso do Brasil na agricultura e na indústria aeronáutica”.
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Waack: O Enem e o atraso mental do Brasil pic.twitter.com/lECB3cRfX9
— CNN Brasil (@CNNBrasil) November 7, 2023
Denigrindo o agro
A questão de número 89, que trata da atuação do agronegócio no Cerrado, aborda o setor com fatores negativos, como a “violência simbólica, a superexploração, as chuvas de veneno e a violência contra a pessoa”.
Um dos setores mais importantes da economia brasileira e responsável pela produção de alimentos, o agro foi retratado na questão como um ambiente de exploração, negligência em relação à saúde humana e do planeta.
“Esses professores independentes, na verdade, independentes de qualquer rigor e honestidade intelectual, submeteram os jovens a uma tortura ideológica, especialmente no que diz respeito à agroindústria”, disse Waack.
O jornalista também destacou que o texto de uma publicação obscura que serviu de base para uma pergunta no Enem atacou até mesmo a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), um órgão estatal, e os programas de biocombustíveis.
Os formuladores das questões do Enem alegam que a Embrapa e os programas de biocombustíveis prejudicam a classe camponesa.

Ideias errôneas no Enem
Apesar de tantos absurdos na prova do Enem, os clichês e chavões ideológicos não foram o pior dos problemas, conforme destacou Waack.
“O maior problema é ensinar os jovens a pensar de maneira equivocada”, acrescentou.
O jornalista lembrou que a pesquisa, a tecnologia e a capacitação de pessoas, iniciadas e conduzidas por instituições estatais como a Embrapa e o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA)/Embraer) permitiu ao país construir aeronaves vendidas em todo o mundo e se tornar uma superpotência no agronegócio.
Como o comentário conclui, as ideias equivocadas “promovidas por esse tipo de abordagem ideológica explicam muito das nossas dificuldades em crescer e prosperar. Isso representa um atraso intelectual em nosso país”.